segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Encanto das 6

Saiu de casa procurando o que fazer, sabe? Se Divertir, a frase certa seria se distrair (ou distrair-se, como queira ler...) e encontrou num domingo de sol tudo que não queria ver, coisas como: cimento, shopping, contas e etc.
Sem muito êxito, andou pela rua com um destino certo: ver um pouco de natureza e algum vento no cabelo. Achou que nessa hora o seu mp3 era o melhor companheiro, aliás, essencial. Caminhando pela orla viu um Laranja ofuscante feito marca texto, não tinha se dado conta de que eram 5 e meia da tarde e bem na sua cara estava a Barca já na partida. Entrou, e lá de cima presenciou um por do sol dos mais lindos que já tinha visto. De lá da metade do céu o sol em menos de 5 minutos escondeu na montanha produzindo um leve tom de roxo.
Sentou na poltrona e não imaginou que o acaso aprontaria mais detalhes. Foi aí que viu ao aportar da Barca a luz azul de um prédio grande acender lentamente, nunca pensou como seriam acesas aquelas luzes, não pensou que seria tão interessante essa minucia. Viu sempre aquelas luzes já acessas e nunca parou para pensar no processo até tudo estar aceso. Desceu da Barca e viu no exato momento as luzes da estação acenderem todas ao mesmo tempo. Aquilo chamou, intimemente, tanta atenção que desandou a pensar que tudo aconteceu entre 5:30 e 6 horas da tarde. Essa hora tornou-se claramente o limiar entre a vida das pessoas, percebeu que nessa hora o que era claro tornou-se escuro e o escuro cheio de luz, mesmo que artificial. Reparou que as 6 os que saíram voltam pra casa e os que estão saindo voltam as 6 da manhã do dia seguinte. Pensou que sempre as 6 o brilho da cidade muda, o clima muda, o transito muda, você muda e no decorrer desses pensamentos percebeu que tudo isso é por, de certa forma, um padrão numérico criado por alguém que inventou as horas. Sentiu um incomodo por dar conta de que tudo é padronizado, mas sentiu na mesma hora um alívio por perceber que se não fosse esse padrão a natureza pura e simples não daria esse prazer de perceber os detalhes que somente as 6 da tarde é possível perceber.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

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É uma mistura de impaciência, com saudade, com tristeza, com remorso, com desejos não correspondidos... E o que mais??? Esse "mais" é muita coisa. É muita coisa esse texto que é inteiramente pessoal, tão pessoal quanto não deveria ser. Fazer o que??? Quando vem na cabeça a vontade de escrever é assim que tem que ser, sem medida. Me entrego, to entregando tudo aqui.
São poucos mas profundos e amargos os dias que venho sentindo a solidão. O dia passa exatamente por cada dia, a hora EXATAMENTE por cada hora, me fazendo sentir de-va-ga-ri-nho a sensação gelada aqui por dentro...
Andei buscando demais e acabei perdendo demais. Ou nunca tive??? Foi tudo imaginação??? Não, acho que não. O turbilhão vai passar e a consciência está tranquila por saber que foi feito tudo que poderia naquela hora... E o que não poderia??? Bem, o que não poderia também foi feito e agora está aqui o resultado. Embora pareça tudo perdido, a sensação de querer e acreditar nesse querer é mais forte que eu.
Agora haja paciência, e a contruirei para saber utiliza-la para todo o sempre. Deus esteja comigo. [Pedindo interiormente: Esteja comigo, Deus. Por favor].
Todo esse texto é para questão de força, para bem viver os dias que virão... Com o destino que Deus quiser.

Uma vez que choro eis alí mais uma vez que me fortaleço...

Espero é a palavra certa... Espero.

"Chora, desfarça e chora
Ó triste senhora, todo pranto tem hora
Aproveita a voz do lamento que já vem a auroooora
A pessoa que tanto querias, antes mesmo de raiar o dia, deixou o ensaio por outra
Ó triste senhora".


Eu te amo.